Zeferino's Diary


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Eu acho que NÃO vi um ...


            O que está faltando no texto abaixo? (mas não falta a esta pergunta)


            Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem o quê omite-se neste exercício, pois rico é o português, e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, pode-se ter como impossível.
            Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo. Desde que tente-se sem pôr-se inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.
            Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que - em querendo-se ­- esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.
            Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre, ou mesmo escrever sem verbos.
            Com o concurso de termos escolhidos, isso pode-se ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto, ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
            Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito prossegue-se do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos.
            Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês.
            Por quê?
            Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
            Honremos o que é nosso, oh moços estudiosos, escritores e professores.
            Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.




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