Zeferino's Diary


terça-feira, 20 de julho de 2010

Meu herói!!




            Uma das coisas que sempre me intrigaram - e aborreceram (confesso) - é a mesmice dos repórteres de TV, começando pela escolha da história, passando pelo enfoque, e terminando naquele enfadonho e patético tom do discurso. Se vc acha que estou exagerando, imagine uma daquelas criaturas narrando uma "conversa de pé-de-orelha" entre dois parceiros sexuais no calor da batalha (homem e mulher! - sem perversões!!! rs rs rs). Acho que seria de fazer broxar o mais irredutível dos tarados ... rs rs rs

            Bom ... parece que esses profissionais têm onde inspirarem-se quando estão preparando-se para proporcionar a tortura de suas futuras vítimas ... rs rs rs

            Se tivessem a estatura do MESTRE (meu ídolo!!! rs rs rs) ao invés do nível de "sabemos bem quem", talvez pudéssemos ter algum benefício ao assistir a um noticiário na TV (sem parar por aí) ...





            Aluno, em 1964, do curso de jornalismo, ficava a Escola, no Rio, próxima ao aterro do Flamengo, então um canteiro de obras. Ali pastavam animais de carga.
            Um grupo de colegas, no qual me incluía, não suportava o tom laudatório do professor Hélio Vianna, ao se referir ao marechal Castelo Branco, seu cunhado, e primeiro a ocupar a Presidência em nome da ditadura. Decidimos pregar-lhe uma peça.
            Sequestramos um burro no aterro e o enfiamos na sala de aula.
            No corredor do andar de cima, ficamos a observar a reação do professor de história.
            Hélio Vianna entrou na sala e, para a nossa decepção, ali permaneceu só, em companhia do muar, durante 50 minutos.
            Dado o sinal, retirou-se impassível, sem demonstrar contrariedade ou queixar-se à direção. Deu mais trabalho fazer o burro descer do que subir os degraus da faculdade.
            Na semana seguinte o episódio parecia mergulhado no olvido. Hélio Vianna entrou em classe e – novo desaponto – não nos passou nenhuma reprimenda. Deu aula como se nada tivesse ocorrido. Nos últimos minutos, advertiu-nos:

            ­– Aviso aos senhores e senhoras que, na semana próxima, haverá prova. Peguem os pontos com o único colega que, na aula passada, se encontrava em classe.

            E não mais disse.
            Como estudar para a prova sem a menor noção da matéria indicada?
            No dia fatídico, o professor nos pediu uma dissertação, por escrito, de como o Tesouro da Holanda havia sido afetado pela invasão holandesa no Nordeste brasileiro.
            Zero geral.
            Burros fomos nós.








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