Zeferino's Diary


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Piada velha




            A piada velha, na realidade, são duas: 1) Mainframe já era; 2) COBOL morreu ... (pausa para gargalhadas). São piadas velhas porque vc nem faz idéia de quanto tempo faz que eu as tenho ouvido (em meio a sorrisos sarcásticos) ... rs rs rs. Não, eu não me esqueci do UNIX (maiúsculas merecidas): não quis abusar, apenas isso ... rs rs rs

            Sorte minha que posso me dar ao desfrute do riso, jurássico (pretendente) que sou (ou estou, como preferir). Tem muita "tecnologia nova" revirando-se na tumba ao tomar conhecimento de coisas como a notícia abaixo ... rs rs rs

            Os despeitados não vão passar do título da manchete (causa-lhes naúseas) ... rs rs rs




Procura-se especialistas em mainframe
Mercado carece de profissionais qualificados:
fornecedores desenham estratégias para capacitar jovens na área.

Por Fabiana Monte, da Computerworld
26 de maio de 2010 - 07h25

Ludmila Salimena, 24 anos, vive em Brasília (DF). Vinícius Ramos Guimarães, 26 anos, em Praga, na República Tcheca. O que os dois têm em comum? São um tipo de mão de obra escassa e valorizada pela área de TI: jovens interessados em mainframe. Os dois trabalham em grandes corporações desse mercado – IBM e CA, respectivamente – e encontraram na computação de grande porte um segmento com espaço para crescer profissionalmente.

"A oportunidade do mainframe chamou minha atenção", conta o carioca Vinícius Guimarães, que vive há dois na capital da República Tcheca e trabalha como Quality Assembler no centro de excelência de mainframe da CA em Praga.

A unidade realiza pesquisas e qualifica estudantes e jovens profissionais em mainframe. Ao todo, 220 engenheiros, de 16 nacionalidades, trabalham no local. Cerca de 150 são especialistas em ambiente legado.

"Temos parcerias com universidades na República Tcheca e oferecemos um curso de dois meses, sobre mainframe básico, para estudantes que são selecionados previamente", diz o vice-presidente de engenharia de software da CA e responsável pelo centro, Radovan Janecek. Criado em 2005 com um investimento de 36 milhões de euros, o centro de Praga é a única unidade de excelência em mainframe da companhia fora dos Estados Unidos, onde fica a sede.

Cada turma tem, no máximo, 12 alunos, mas nem sempre todos completam o curso, ministrado por profissionais experientes em mainframe. Após a formação básica, há treinamento especifico sobre os softwares da companhia. "Encontrar profissionais qualificados é o principal problema", reclama Janecek.

A qualificação serve também para pré-selecionar candidatos para trabalhar no centro. Na turma de Guimarães, por exemplo, dos 11 alunos, três foram contratados. "É difícil fechar a turma com 12 pessoas. Sempre falta gente", reforça o brasileiro.

O carioca, formado pelo Instituto de Militar de Engenharia (IME) em 2007, foi para o Leste Europeu sem perspectivas de trabalho, após conhecer sua namorada, que é tcheca, em uma viagem de férias. Participou da seleção para o curso da CA de outros processos de recrutamento. Escolheu o mainframe: "Tem um monte de gente que sabe Java, mas mainframe você não aprende na faculdade", justifica.

"É só fazer uma busca no Google sobre vagas para mainframe", desafia. No Brasil, Guimarães tinha trabalhado em empresas como Santander e Accenture, e participado do programa Extreme Blue, da IBM, voltado para estudantes na área de desenvolvimento de software. Mas não tinha experiência com plataforma baixa.

É preciso despertar interesse
Falando de IBM, Ludmila começou a trabalhar com esse ambiente por causa de um concurso da Big Blue. A companhia realiza há três anos uma competição cujo objetivo é incentivar o interesse em computação de grande porte. Durante a disputa, os participantes têm acesso a mainframes e a tutoriais sobre a plataforma. O vencedor do concurso ganha uma vaga no programa de estágio da IBM.

Ludmila passou a fazer parte do quadro de estagiários no início de 2009, atuando na área técnica. "Entrar no mundo do mainframe foi assustador, porque as universidades não dão o enfoque que o mercado precisa", recorda.

Atualmente, Ludmila ocupa o cargo de gerente de relacionamento com universidades e mainframe. Ela é responsável por zelar pelo vínculo entre as instituições de ensino e a IBM. "A atividade que estou desempenhando agora é justamente despertar esse interesse nas universidades", explica.

De acordo com o gerente de mainframe da empresa, Paulo Perini, há mais de 10 anos a Big Blue realiza ações para popularizar a plataforma baixa no mundo acadêmico. Entre elas está a Academic Initiative, com mais de 250 universidades participantes no Brasil, que permite que as instituições de ensino utilizem softwares da empresa para ministrar aulas sobre mainframe para seus alunos.

A companhia também oferece um mainframe para que estudantes e professores possam ter aulas práticas usando o equipamento, que fica na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ao todo, 35 universidades estão plugadas ao computador de Campinas (SP).

"Existe uma janela de oportunidade para capturar e criar uma nova geração de pessoas para atuarem com essa plataforma", afirma Perini. "Um profissional sênior na plataforma baixa comparado a um de plataforma alta terá um salário maior porque é uma questão de oferta e demanda", compara o executivo.

A decisão de colocar um mainframe à disposição das universidades foi um passo considerado fundamental pelo gerente da IBM para incentivar a formação de alunos em plataforma baixa. Para a CA, esse também é um aspecto crítico. O vice-presidente para América Latina da unidade de mainframe da companhia, Idival Júnior, avalia a possibilidade de usar o mainframe da companhia na França para treinar estudantes brasileiros.

Uma das parceiras da CA em Praga é a Czech Technical University, maior universidade técnica da Republica Tcheca, com 24 mil alunos de diversos cursos. No Brasil, as iniciativas são pontuais, como e o caso da FIAP. Há também conversas em andamento com a Universidade de Brasília (UnB). Na República Tcheca, os alunos utilizam o mainframe francês da CA, sob a orientação de professores, já que não há computadores de grande porte no país do Leste Europeu.

O setor financeiro é o principal usuário de mainframes em todo o mundo e, de acordo com Radovan Janecek, os bancos tchecos foram comprados por instituições internacionais, por isso, o ambiente legado fica no exterior.
Outra ação que Júnior espera realizar ainda este ano é a inclusão de disciplinas ligadas a mainframe no currículo de cursos de graduação brasileiros. "É mais fácil oferecer em cursos de pós-gaduação do que em graduação, mas até o fim deste ano vamos tentar replicar o currículo em universidades brasileiras", prevê.

Treinamento para usuários
O executivo acrescenta que a CA mantém estratégias também para qualificar profissionais de seus clientes, como é o caso das parcerias firmadas com a Caixa Econômica Federal e com a Fundação Bradesco. "Retenção de talentos é a preocupação", completa. Segundo Júnior, o mercado de mainframe como um todo vem experimentando taxas de crescimento de 20% ao ano, daí o interesse de usuários e indústria em cativar novos e antigos profissionais.

Na IBM, clientes que compram as soluções de mainframe da companhia ganham vagas em um curso de extensão com duração de 30 dias úteis. Oferecido há dois anos, o treinamento já qualificou 400 profissionais. "O cliente me entrega o aluno cru e eu devolvo um conhecedor desse mundo. Fazemos isso para desmistificar a ideia de que mainfame é uma máquina difícil de operar", conta Perini.

Ludmila garante que, depois que passou a trabalhar com plataforma baixa, seus colegas de faculdade e profissionais da mesma geração começaram a se interessar mais por esse ambiente. Segundo ela, mais jovens passaram a enxergar no mainframe uma boa opção de carreira. "Não consigo me imaginar fazendo outra coisa no momento. É uma área na qual há oportunidades de crescimento como técnico, vendedor ou especialista em qualquer um dos produtos", reforça.

A Associação Brasileira de Profissionais de Cobol (ABPC) estima uma lacuna de cerca de 3 mil profissionais Cobol no Brasil, dos quais entre 60% e 70% seriam contratados pelo mercado de mainframe. Embora seja a principal linguagem de programação usada no mainframe, o Cobol também é utilizado em microinformática, por isso, nem todas as posições em aberto são para o setor de computação de grande porte. "São 3 mil vagas que não são ocupadas porque faltam profissionais", afirma o diretor da ABPC, Gilberto Faes Júnior.

O gerente executivo de vendas da BMC, Carlos Jacobsen, está há sete anos na empresa, dos quais cinco dedicados à plataforma baixa. Aos 36 anos, o executivo calcula que a maioria dos profissionais que trabalha com mainframe tem entre 35 anos e 55 anos. "A questão tem sido encontrar profissionais que vão entrar na área e se dedicar. Em sua maioria, quem trabalha com mainframe é sênior, tem bastante experiência, tempo de carreira e conhecimento de tecnologia", explica.

Um desses profissionais é Luis Cunha, da área de suporte técnico a mainframe da Tivit. Com 40 anos de carreira, ele avalia que as empresas estão sentindo a necessidade de formar e contratar uma nova geração de profissionais para trabalhar com plataforma baixa, porque a mão de obra qualificada está se tornando escassa. Especialmente em bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, nos quais os funcionários têm de parar de trabalhar quando se aposentam, há preocupação em garantir que haverá quem substitua essas pessoas.

"Nesses lugares, ou o funcionário é ativo ou é aposentado, diferentemente das empresas privadas, onde muitos aposentados continuam trabalhando", comenta. O próprio Cunha já se aposentou oficialmente pela Previdência Social, mas continua na ativa. "A maioria dos profissionais de mainframe é consultor, eles atuam juntos em pequenas empresas. Não penso em parar de trabalhar", conta.

Na opinião de Ludmila, a presença de profissionais com a experiência de Cunha facilita a vida de quem começa a trabalhar com mainframe. "Foram eles que me ajudaram no início, porque mainframe é uma coisa que nunca vimos; a universidade não dá o enfoque de que o mercado precisa", conclui.








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